quinta-feira, 21 de outubro de 2021

CARLOS TEIXEIRA

 









ASSENTO DE BASTISMO DE CARLOS TEIXEIRA





Transcrição

«Aos vinte e quatro dias bo mez de Setembro do anno de mil nove centos e dez, nesta Egreja parochial de Santa Maria d’ Aboim, concelho de Fafe, deocese de Braga, baptisei solemnemente um individuo do sexo masculino a quem dei o nome de Carlos, que nasceu nesta freguezia ás duas horas da tarde do dia vinte e tres de Setembro do anno supra, filho natural de Joaquina Teixeira de Magalhaens, solteira, familiar, natural da freguezia de Rossas, concelho de Vieira parochiana e moradora no logar e freguezia de Aboim neto materno de Antonio Teixeira de Magalhaens e Anna Gonçalves da Costa. Foi madrinha Anna Gonçalves da Costa […] proprietaria os quaes todos sei serem os próprios. E para constar lavrei em duplicado este assento que depois de ser lido e conferido perante a madrinha não assigna por não saber escrever.

Era ut supra.

O parocho José Teixeira

 

Notas marginais:

Sem sello por ser pobre

Pe. Teixeira

Faleceu na freguesia de Campolide, concelho de Lisboa, no dia 7 de Junho de 1982.

Boletim nº 91 Maço nº 6

Em 3 de Agosto […]»












segunda-feira, 18 de outubro de 2021

SENHORA DAS NEVES DA LAGOA | Uma crónica de 1712











TITULO XXXVI
Da milagrosa Imagem de nossa Senhora das Neves, ou da Alagoa

«Na Comarca de Guimarães, em tres legoas de distancia fica hum lugar, a que chamaõ a Alagoa, do qual huma parte pertence ao Concelho de Monte Longo, & a outra ao Concelho de Basto. Na parte que pertence a Monte Longo, se vé o Santuario de Nossa Senhora das Neves, o qual ainda que está situado em hum terreno largo, & espaçoso, fica o destrito de sua situaçaõ em lugar não só imminente ao mais campo, & espessos, &muyto alta, & íngreme de subir. No inverno no he este sitio muyto frio, & desabrido, pela muyta neve que alli cahe. Mas nem huma, nem outra cousa diminue a grande devoção, que todos aquelles povos circumvizinhos tem para com a milagrosa Imagem da Mãy de Deos, que naquele monte he venerada. Intitula-se N. Senhora das Neves, ainda que alguns a invoquem  com o da Alagoa, por respeyto ao lugar aonde pertence a sua Casa; a causa da fe lhe dar este titulo se ignora; se ou foy nascido do lugar, pela muyta neve que nelle cahe em tempo de inverno, se por se festejar em 5 de Agosto, dia em que se festeja a Senhora das Neves, do milagre do Monte Esquilino, naõ consta.

He esta Santa Imagem muyto antiga, causa porque de sua origem se naõ sabe nada com certeza, assim do seu apparecimento, como da forma delle; mas a tradiçaõ, que sempre tem muyta força conservada entre a gente daquellas partes, he que apparecera em aquella mesma serra a huma innocente pstorinha, a qual guardando algumas poucas ovelhas naquelle monte a descubrira, & dizem que em hum dia de muyta neve, sobre huma arvore a que chamaõ naquellas partes Esqualeyro. Alegre a pastorinha com o achado thesouro, tomou a Santa Imagem da Senhora, & com a sua singeleza a meteo no cabaz, em que costumava recolher o paõ, & as maçarocas. Com esta rica joya se recolheo a casa nuy alegre, & chamava à sua Senhora a sua Santinha, & lhe hia fazendo muyta festa. Naquella noyte sonhou que a Senhora lhe dizia, que no mesmo lugar em que a descubrira, se lhe havia de fazer huma Casa, em que fosse venerada. Despertou com este cuidado, & indo a buscar a Senhora ao cofre das suas joyas, que era a cesta das suas maçarocas, a naõ achou, de que ficou sentidíssima. Para alivio da sua saudade a foy buscar ao monte em seo costumado exercício, toda sentida, & lacrymosa, de que se pagou muyto a Mãy de Deos; porque naõ só pela sua Imagem, mas ella mesma se dignou de a consolar, dizedolhe, Naõ chores, que cedo me verás todos os dias.

Isto he o que referem os moradores daquelle lugar sobre o apparecimento da Senhora, & naõ sabem dizer mais nada. Poderá bem ser, que a pastorinhareferisse o successo, & que outras pessoas de mais capacidade, à vista de a Senhora fugir, a fossem buscar curiosamente, a que tambem  Deos as moveria, & a descubrissem com algum final, ou se obrariaõ alguns milagres logo, motivo para que se resolvessem a lhe fazer de empréstimo algua Ermidinha. Começou logo a maõ de Deos a obrar tantos prodígios, que se animáraõ os seus devotos a lhe fazer depois Casa mais grande, como se vé, que he hum Templo magestoso, & de muyta capacidade; & como as maravilhas, & os milagres cesciaõ, assim se augmentavaõ mais as esmolas, para que cada vez mais se ampliasse, & adornasse aquella Casa da Senhora.

He esta Imagem da Senhora das Neves muyto pequenina, porque naõ excede de hum palmo; he de vulto, mas não se sabe a matéria de que he formada, parece de madeyra pelo leve. Adornaõ-na com vestidos, & como he pequenina tem muytos, que lhe offerece a devoçaõ dos que a buscaõ em seus trabalhos, & vendo-se favorecidos, & remediados da sua liberdade, tambem em satisfaçaõ, & agradecimento lhr dedicaõ alguma nova gala, & como a Senhora he taõ pequenina, nunca será muyto grande a despeza della. O mesmo fazem ao Menino JESUS, que tem em seus braços, & naõ sey se he separado da Senhora, se unido na mesma escultura.

Está collada em o Altar mor, por coroa, & remate de huma arvore dos Patriarchas, & Reys seus ascendentes, que lhe serve de retabolo, & está debayxo de um docel de seda curioso. Esta Igreja está muyto bem adornada; porque para tudo servem as esmolas, que os devotos fieis offerecem à Senhora, que todas se dispendem no augmento daquella Casa, & culto, & serviço da Senhora. O author da Corografia Portugueza diz que ametade das esmolas as leva o Vigario de Santa Maria de Aboim, & que o Vigario de Santa Maria de Varzea-cova leva outra ametade. Tem esta Igreja dous dous Altares collateraes, hum delles he dedicado a nossa Senhora do Rosario, & o outro a Santo Antonio. Tem coro, & Capella mor. Está adornada de humas grades muyto bem feytas, & de excellente madeyra; tem tambem uma grande alampada, que lhe offereceraõ huns devotos, que vieraõ do Brasil. Defronte da Sacristia, cuja porta fica em hum dos lados da Capella mor, se vé em um nicho, com proporcionada concavidade, huma Imagem de vulto do Senhor com a Cruz às costas, Imagem tambem de muyta devoçaõ.

São administradores desta Casa, & das esmolas, que se offerecem à Senhora, os Vigarios de Varzea-cova, cuja Vigayraria apresenta o Vigario do Outeiro de Basto, & o Vigario de Aboim, annexa da Abbadia de Roças. Estes dous Vigarios cuydaõ com muyto zelo do augmento daquella Casa, & do culto da milagrosa Imagem da Senhora das Neves. Defronte da Igreja se vé hum fermoso cruzeiro de pedra, o qual fica no pricipio do terreno, & em distancia de 1500 passos, & mais adiante ficaõ varias Cruzes, até chegar a outro cruzeiro, que chamaõ o Miradouro; porque já deste se descobre toda a Igreja da Senhora. Pelos lugares destas Cruzes continuaõ as procissoens, ou clamores (como chamaõ naquellas partes) no tempo das romages, como Via Sacra. E isto se faz com muyta devoçaõ, até entrar na presença da Senhora.

As maravilhas, que obra Deos por intercessaõ de sua Santissima Mãy em este Santuario, naõ tem numero, & assim he esta Casa muyto frequentada de todas aquellas terras circumvizinhas de Braga, & Guimarães, principalmente no dia 5 de Agosto, em que se celebra a sua festa; porque neste dia he muyto grande o concurso. E em todos os Sabbados do mez de Agosto, saõ muytas as Cruzes, & as romagens, & no ultimo Sabbado se ajuntaõ muytas, que vem de varias partes, & muytas legoas distantes. Obra muytos milagres, & prodígios. Della faz mençaõ a Corografia Portugueza tom.1 liv. 1 cap.31.


 

quarta-feira, 13 de outubro de 2021

CAPELA DE SÃO JOÃO DE LATRÃO EM ABOIM Uma Ruína monumental

 

 


Localizada no sítio da Ramalheira, em local ermo e recôndito, por onde passava o velho caminho que ligava Santa Maria de Aboim ao lugar de Lagoa, a capela de São João de Latrão surge, ao caminhante, de forma admirável. Ninguém que por ali passa fica indiferente à ruína daquela antiga orada que resistiu à passagem do tempo e aos caprichos do homem, pela robustez da sua estrutura em silhares graníticos, bem esquadrados e travados.

A partir de uma planta simples, denunciadora de um arcaísmo enquadrável no românico tardio dos séculos XIV ou XV, o pequeno templo apresenta um nartex (átrio) com bancos de pedra laterais, que antecipa a entrada para uma nave rectangular por um amplo portal de volta perfeita e uma modesta abside (altar-mor) quadrangular, ligeiramente descentrada da cabeceira da nave, demarcada por um arco cruzeiro de volta completa. Na parede norte, um pequeno nicho que já não conserva a imagem do padroeiro e, na parede oposta, uma pequena fresta, fonte única de luz natural, garante do recolhimento religioso de outros tempos.  

Junto à entrada, do lado direito, uma tosca pia baptismal separada da sua base.

Nas paredes interiores ainda são visíveis restos de um alvo reboco, frenesi de “modernidade”.





NOTA HISTÓRICA

Sobre a capela de São João de Latrão ou da Ramalheira, encontrámos, até ao momento, uma referência em 1692, pela pena do Padre Torcato Peixoto d’Azevedo, na sua obra, “Memórias Ressuscitadas da Antiga Guimarães:

 

«Sahindo da Lagoa para nascente meia legoa, em uma brenha está a Ermida de S. João de Latrão, que tem um Ermitão, e ali nasce o cauteloso rio de Barca Cova, que pouco distante se passa em ponte».

Prova irrefutável da existência da capela (ermida) no século XVII.

Trinta e quatro anos depois, em 1726, Francisco Craesbbeck afirma que a capela já se encontrava “destruída” e as casas de um antigo lugar, que ainda não identificamos, demolidas.

O mesmo autor aponta o nome de um importante fidalgo da antiga linhagem dos senhores do Morgado da Taipa, em Cabeceiras de Basto, que terá vivido naquele local. Uma questão para a qual ainda não temos resposta.  

 «A sobredita capella de São João de Latrão, se acha hoje destruída e as casas demolidas, depois do falecimento de Manoel Luis de Saldeanha, Senhor do Morgado da Taipa, que ahiviveo alguns anos, retirado, sendo aquellecitio (ainda que retirado) aplasivel à vista e vida contemplativa, o que ainda mostrão os vestígios das murtas do jardim, que então havia e as muitas agoas daquele citio.»

Em 23 de Maio de 1758, o vigário de Aboim, Joseph de Meireles Pacheco, respondendo a um inquérito à sua paróquia, fez menção à Capela de São João:

 

«Tem esta freguesia a capella de Sam Joam chamada da Ramalheira por estar situada entre arvoredos. É soliária, accomodada e remitiva. Hé tradiçam vulgar fora fundada por hum fidalgo dos da Taipa de Basto que hoje hé Dom Gastam Coutinho que [ ] aquelle sitio fora penitenciado por sua santidade por alguns delitos. E que das suas rendas tinha fábrica, que se perdeo desde tempos que nam lembra. E no dia do Santo, vinte e quatro de Junho, concorrem à ditta cappella de romagem, muitas pessoas das freguesias circunvezinhas, e quatro clamores com o desta freguesia […]

 

O depoimento do pároco da freguesia de Aboim, conhecedor do território, levanta algumas dúvidas. Ficamos sem ter a certeza se, no início da segunda metade do século XVIII, o templo em foco estaria funcional para o culto religioso.

Não teria sido acatada a “penitência papal” por eventuais delitos, e a capela foi entretanto reconstruída, já que o clérigo inquirido afirma a manutenção da romagem de São João em 24 de Junho?

As informações conhecidas de setecentos são parcialmente contraditórias e ficamos sem conhecer o real estado de conservação da orada da Ramalheira, que, parece-nos, teria fundação particular, provavelmente por algum nobre, eventualmente ligado ao Morgado da Taipa…

 

Chegados ao último quartel do século XIX, encontramos o templo de São João em mau estado de conservação, mas ainda com o seu “altar”. A informação chega-nos do ano de 1887 pela mão do pároco da freguesia de Aboim, Augusto César de Carvalho, que também exercia a função de presidente da junta da paróquia local.

Em livro de actas da junta da paróquia de Aboim, em 20 de Fevereiro de 1887 o presbítero escreveu:

 

 “…reparar as tapaduras das portas da capela de São João da Ramalheira para assim obstar a que as fazendas ali pastassem.”

“…há um altar na capela de São João Batista no lugar da Ramalheira, em estado sofrível, um cabido e um cruzeiro em frente, com um bocado de mato ou bravios que produzem casca e lenha”.»

 

Sem outras informações, alcançamos o tempo da implantação da Republica, que, bem cedo, aprovou a Lei da Separação da Igreja do Estado em 20 de Abril de 1911.

Na época o governo mandou fazer o arrolamento de todos os bens da Igreja e a paróquia de Aboim não foi excepção.

 

No livro de arrolamento da referida freguesia, datado de 24 de Julho de 1911 transcrevemos a informação seguinte, referente à capela de São João de Latrão:  

 

«Uma capella sita no lugar da Ramalheira contendo um altar com meia banqueta e uma imagem de Sam João Baptista. (a)

 

Tres bocados de terrenos de matto de lenhas e um cruzeiro de pedra.

E não havendo mais nada que inventariar se lavrou […] este arrolamento que fica manifesto em duas folhas ficando a primeira rubricada pelos membros da Comissão e esta devidamente assignada, depois de lido por mim Miguel Alves Passos, secretário, que o escrevi. (b)

(seguem-se as assinaturas)

Gervasio Domingues d’Andrade

José Francisco Cerdeira

Miguel Alves Passos

 

Notas:

(a)      Foram furtados os castiçais e imagens – Veja ofício nº 92, de 29-7-1927, da Comissão Concelhia – Na gerência de 1926-1927 foram vendidos em hasta pública alguns materiais deslocados da capela.

(b)           Entregues ao benefício por auto de 23/8/44, processo nº 18:144/87»

Se existem dúvidas relativas à conservação e utilização para o culto religioso deste templo a partir de finais do século XVII, ficamos a conhecer o momento que, em definitivo, sentenciou a capela de São João: o inicio da segunda década do século passado, precisamente com o “golpe” provocado pela controversa Lei da Separação da Igreja do Estado, que privou a Igreja secular dos seus bens materiais.

A velha capela de São João de Latrão ficou entregue à sua sorte, votada ao abandono, sem antes passar pela “humilhação” de ver a sua porta vendida em hasta pública!

 

«No dia 8 de Junho, pelas 13 horas, na administração do concelho e por ordem superior, há-de proceder-se á arrematação em hasta publica, do seguinte:

(…) uma porta de castanho, a madeira e outros materiaes deslocados da capela de S. João da Ramalheira, da freguesia de Aboim, sendo a base de licitação 100$00 (…) »

In: jornal “O Desforço”, 2 de Junho de 1927

 

 


A FECHAR

A capela de São João de Latrão corresponde ao mais antigo testemunho, com feição original, da arquitectura religiosa do concelho de Fafe, ostenta características construtivas que sugerem uma antiguidade atribuível ao final da Idade Média, compatível com a arquitectura românica do norte de Portugal.

Estamos perante uma ermida rural, provavelmente fundada por algum nobre, associada a um pequeno aglomerado populacional, cujos vestígios materiais foram apagados pela voracidade do tempo.

Tradicionalmente, este templo é apontado, por alguns, como antiga igreja paroquial de Aboim. Parece-nos, no actual estado do nosso conhecimento, que esta ideia não se confirmará. Contudo, é aconselhável não excluir, à partida, uma tradição com profunda raiz popular

As escassas informações que, até ao momento, conseguimos recolher não nos permitem ir mais além no estudo desta pérola do património religioso fafense.

Há muitas décadas votada ao abandono, a capela da Ramalheira foi redescoberta em 2006, por iniciativa da Junta de Freguesia de Aboim, que, em parceria com o Grupo “Restauradores da Granja”, promoveu um percurso pedestre, recuperando o antigo caminho, libertando o templo da nefasta cobertura vegetal.

O sítio da Ramalheira, com a sua capela e cruzeiro (apenas conserva a sua base) fronteiro foi, outrora, palco de romarias em honra de São João Batista.

Abandonada, espoliada e esquecida, a pequena ermida não perdeu a sua feição original e mostra-se como uma ruína monumental que, na minha opinião, deve ser consolidada e preservada tal como chegou aos nossos dias.

Restaurá-la seria aniquilar o seu encanto e furtar-lhe a sua genuinidade!


 








quarta-feira, 6 de outubro de 2021

LENDA DA SENHORA DAS NEVES DA LAGOA

Painel no Santuário da Senhora das Neves, Lagoa, Aboim


Uma versão dos anos 60 do séc. XX

«Diz a lenda que uma pastorinha de Santa Maria de Aboim, em certo dia, contrariando o costume, não esperou pelas companheiras e seguiu mais cedo com o seu rebanho para o monte da Lagoa.

Repentina e surpreendentemente caiu sobre a serra um nevão tão intenso que a pastorinha perdeu de vista as suas ovelhas.

Depois de muito procurar foi encontrar o rebanho abrigado sob um escalheiroque, nos seus ramos, abrigava uma imagem da Virgem que a jovem pastora, maravilhada, guardou sob as abas do seu mantéu, escondendo o surpreendente achado das suas companheiras que entretanto se acercavam.Pedindo-lhes que vigiassem o seu rebanho, a pastorinha dirigiu-se para o povoado. Chegada a casa colocou a imagem no cesto das fusadas e rezou Avé-marias sem conta até cair em sono profundo, sonhando que a Virgem lhe pedira para que a sua imagem fosse guardada em capelinha junto ao local da descoberta.

Ao despertar, a pequena pastora, preparando-se para continuar a reza, constatou que a imagem havia desaparecido. Pesarosa, voltou para o monte na esperança de encontrar Nossa Senhora que a menina acabou por avistar junto ao mesmo escalheiro.

“Não chores porque cedo me verás todos os dias”, revelou a Virgem que, para converter o povo da sua aparição, manteve o lugar coberto de neve até ser construída uma ermida que, graças à generosidade do povo, logo se transformou em santuário extraordinariamente concorrido.

Ó Senhora da Lagoa

Viradinha pró nascente

Os milagres que fazeis

Trazem aqui toda a gente»

 

Versão de Leonídio de Abreu (investigador bracarense), publicada no Jornal “O Povo de Fafe”, 29 de Agosto de 1964.